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Traçar Caminhos - Liberdade

  • Foto do escritor: Débora
    Débora
  • 23 de abr. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 25 de abr. de 2022

Liberdade. Será o seu significado já desconhecido? Ou ainda há uma reduzida parte da nossa alma que grita por ela e clama por ajuda? Mas a voz não se faz ouvir e a dor do grito já não se sente, ambos se cobriram por aquela doce apatia que se apresenta como uma desejada hóspede. E parece que tudo já se encontra perfeitamente delimitado e que pouco ou nada pode estar sob a alçada do nosso controlo. Mas será algo assim tão linear?

A verdade é que ainda sonhamos, sonhamos bem acordados. Contudo, sonhamos com os pés demasiado bem assentes na Terra, a nossa racionalidade domina e impõem-se sobre tudo o resto. Não são sonhos, portanto. Pois esses constroem-se com o coração, repleto de expectativas e objetivos, orientando a direção das nossas pegadas neste confuso labirinto a que damos o nome de vida. Então talvez tenhamos chegado a um veredicto: nós somos os culpados. Nós fomos os primeiros a tirar a beleza do conceito de liberdade, acorrentando os nossos ideais unicamente à nossa razão e desprezando aquilo que mais nos define: a nossa humanidade. E por vezes ignoramos o facto de as nossas emoções e sentimentos serem algo intrínseco a este conceito. Mas se não agarramos a oportunidade de usufruir de liberdade para sentir ou pensar, seremos assim tão humanos afinal?

A liberdade molda o nosso interior, a nossa personalidade. Na verdade, a maneira como cada um a utiliza, seja na orientação das suas escolhas ou decisões, é algo que nos define. E a liberdade é tão justa que se apresenta da mesma forma para todos, ela não se guia por regras ou padrões sociais egoístas. Contudo, infelizmente, nem todos podem usufruir dela do mesmo modo. Parece algo paradoxal, não é? Pois apesar de liberdade e justiça permanecerem eternamente de mãos dadas, muitos de nós preferem quebrar esse laço. Pessoas mortas, mortas para si e para o mundo. A frustração cobre-lhes a face e tudo o que resta delas. Encontram-se mergulhadas num profundo conflito interior onde apenas elas combatem. E esta é a arma que utilizam, oprimem aqueles que as rodeiam, desprovendo-os de qualquer fragmento de liberdade.

Que verdade amarga e cruel. Uma verdade que não pode ser desmentida. Contudo, será possível escrevê-la de outra forma. A caneta e o papel encontram-se sob a nossa posse, nada nos impede de o fazer. Mas não se iludam, não será um caminho propriamente fácil de percorrer.

Mudar mentalidades e desconstruir princípios moldados ao longo de inúmeras gerações parece ser algo particularmente desafiante. No entanto, assim como o vento, a liberdade encontra-se a nosso favor. Ela orientará a nossa bússola nesta jornada por regiões adversas.

Então a pergunta inicial mantém-se: liberdade. Será o seu significado já desconhecido? Ou ainda há uma reduzida parte da nossa alma que grita por ela e clama por ajuda?

A resposta permanecerá em aberto por tempo indefinido, unicamente até ao dia em que todos possamos ser efetivamente livres e acima de tudo, conscientes de que o somos.






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