DOCE INFÂNCIA,AMARGA VIVÊNCIA
- BrunaSanta
- 6 de jul. de 2021
- 2 min de leitura
Há momentos em que nos sentimos exaustos, verdadeiramente cansados, com uma dor imensa que aparenta permanecer e ficar numa longa jornada. No nosso crescimento, desde que nascemos até deixarmos de existir vivemos uma das milhares de milhões de possibilidades disponíveis, cada decisão, cada ação, cada momento de silêncio ou resposta imediata determinaram a maior parte da nossa vida, excetuando todo o contexto em que crescemos e aprendemos, a lidar com o outro, com a sociedade. E, de certa forma, nesse crescimento, pouco a pouco, consoante cada uma das nossas experiências compreendemos ou estamos a compreender os dois lados da moeda. Que, quando éramos mais pequenos, mais novinhos, uma flor a brotar, não tínhamos a perceção que hoje possuímos e que se vai moldando à medida que os nossos contextos também a acompanham. Éramos inconscientes, pedaços de argila ainda por moldar; ainda o somos, mas parece que, de certa forma, vamos secando e abandonamos o constante movimento circular. O cansaço atormenta-nos e, ao invés de tirarmos o bilhete para a montanha russa, escolhemos adotar o papel dos pais ou dos avós que esperam com sorrisos na cara ao ver as crianças nos carrosséis, em movimentos verticais descritos por uma multiplicidade de emoções. Tão genuínas. Puras. Por vezes, por poucas palavras depreendemos as conversas, os sinais e o outro. Por vezes, parece que as crianças, mesmo que inconscientemente, as reconhecem, e, aos poucos, perdem a sua inocência, por vezes, demasiado cedo. Mas há outras que a mantêm durante toda a sua vida. Enquanto crianças, enquanto seres de emoções. Haverá alguma distinção evidente nestas duas vidas tão díspares? Creio que a infância de quem vive permanentemente numa guerra, seja de qual tipo for, será bastante distinta de quem vive minimamente em harmonia. Será então permissível tolerar costumes que permitam estas circunstâncias? Ou, por sua vez, existem medidas que possamos tomar? Nestas situações é, por muitos, preferível ignorar ou evitar pensar, pois é; considero, de certa forma uma proteção e uma forma para não rebentarmos a nossa bolha. Mas, ao menos, temos direito a essa bolha.
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